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terça-feira, 20 de julho de 2021

 LABORUM META






                                                                                

                                                           O passado revela o futuro construído.

AMIN HADDAD

              

É de curial sabença que não herdamos destino, herdamos disposições genéticas. Não herdamos certeza, herdamos ciência e evolução. Contudo, seremos eternamente inseparáveis dos exemplos deixados pelos nossos imortais ancestres, colaterais e descendentes que contribuíram para ampliar e enriquecer nossas sendas e a sagas. Por isso, também nos tornaremos imortais.

  

O homem tem a sensação de que as coisas se repetem. O sábio provérbio “tudo já aconteceu” pode ser invertido para “nada aconteceu assim.

                                                                                  GUARDINI.


Ministrar meios para compreender a vida, a existência, a concepção do Ser Humano e a nossa própria ciência, são trabalhos às vezes, bastantes difíceis. Essa tarefa acompanha as teorias egípcias, gregas e as doutrinas mais antigas e complexas, vejamos: 

Os antigos egípcios (4.236 a.C.) representavam o ciclo da vida e da morte por quatro períodos do dia: antes do nascer do Sol, pelo meio-dia, pelo ocaso e pela meia-noite.  Segundo DUNCAN, (1999) 4.236 a.C., é a data mais antiga conhecida, sendo considerada a primeira data do calendário da história da humanidade tendo em vista ser a data da criação do calendário Egípcio com 365 ¼ dias.

Anaxágoras, filósofo grego (500-418 a.C.) 82 anos, formulou a teoria de que o corpo e o espírito eram duas entidades diversas. Mais tarde, os primeiros sofistas (professores da sabedoria e da habilidade, pensadores da Grécia antiga): Protágoras (485-410 a.C.) 75 anos, Górgias (485-380 a.C.) 105 anos, e Isócrates (436-338 a.C.) 98 anos, foram mais longe ao asseverar que a experiência era tudo, que a sabedoria do homem dependia de suas próprias observações e investigações e que não havia nenhuma verdade objetiva. 

 Platão, (427-347 a.C.) 80 anos, filósofo grego, chegou à conclusão de que as “ideias” do homem eram separadas de sua existência material. Num adulto, transformavam-se na psique, a alma racional, que lhe dava uma sabedoria intuitiva. Epicuro de Samos (341-270 a.C.) 71 anos, filósofo grego, e seus seguidores, formularam a teoria do livre-arbítrio e Zenão de Cicio (332-262 a.C.) 70 anos, filósofo grego, o estoico (aquele que é indiferente à dor, prazer, tristeza ou alegria), a de um indivíduo e sua alma eterna.

Segundo HADDAD, (2020) os estudos de religiões revelam que para o Judaísmo, Cristianismo e Islamismo, o espírito do Ser Humano está aqui na terra só de passagem, voltando à sua verdadeira morada eterna após a morte do corpo físico.

 

Então disse o Senhor: Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem; porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos.

                                                                                Gênesis 6:3


Os dias da nossa vida chegam a setenta anos, e se alguns, pela sua robustez, chegam a oitenta anos, a medida deles é canseira e enfado, pois passa rapidamente e nós voamos.

 

                                                                           Salmos 90:10

     

 Para essas doutrinas, a morte do corpo físico não é um fim, mas um passaporte para destino desconhecido.

Segundo o Hinduísmo, o Budismo, o Espiritismo, as religiões iniciáticas dos Mistérios Egípcios e as filosofias Gregas, o Ser Humano tem algo a aprender nesse mundo.

De acordo com HADDAD, (2020) essas doutrinas, religiões, teorias e filosofias não explicam qual o objetivo da nossa passagem por esse mundo e nem por que essa passagem pode durar nove décadas, ou superar um século excepcionalmente para alguns, enquanto que outros só ficam poucos dias ou mesmo minutos nesse mundo.

FERREIRA e SILVA, (2012) esclarecem que no Renascimento (séc. XIV-XVII), a dicotomia teológica entre corpo e alma se intensificou. A Idade Moderna (séc. XV-XVIII) teve seu início, dentre outros fatores, com a contribuição do filosofo francês René Descartes (1596-1650) que viveu 54 anos.

Para DESCARTES, corpo físico e alma eram imiscíveis, eram substâncias distintas onde a segunda habitava o primeiro imbuindo-o de pensamento, isto era o que diferenciava os humanos dos animais. O corpo físico passa a ser vislumbrado como uma máquina. No entanto, o corpo-máquina do homem era superior ao dos animais por possuir o sopro espiritual que se manifestava através do pensar, transcendendo a lógica natural e elevando o homem à categoria daquele capacitado a dominar o mundo.

Descartes aludia ao corpo físico como a res extensa, a substância presentificada no mundo material, durável e findável, e à alma como res cogitans, dotada da capacidade de pensar e, por isso, em conectividade com o divino. Para ele, a supremacia da alma era tal que essa poderia existir sem o corpo:

[...] de um lado tenho uma ideia clara e distinta de mim mesmo, na medida em que sou apenas uma coisa que pensa e não extensa, e que, do outro, tenho uma ideia distinta do corpo, na medida em que ele é apenas uma coisa extensa e que não pensa, é certo que esse eu, ou seja, a minha alma, pela qual sou o que sou, é inteira e verdadeiramente distinta de meu corpo e pode ser ou existir sem ele. (Descartes apud MURTA, 2006: p. 57).

Outro ponto relevante é a observação, por Descarte, da interioridade da coisa pensante (alma) em oposição ao exterior (corpo físico, objeto). Aparece, então, a relação dialética entre o observador dominante em relação ao mundo já que o cogitatio o pertence, sendo capaz de explicar os acontecimentos mundanos por métodos (caminhos sistematizados); e o objeto como matéria de análise presente nos acontecimentos do mundo. Eles [os métodos] “tornam-se instrumentos que ajudam a representar as coisas de modo adequado, ajudam a controlar cada um dos passos dados e permitem deduzir algo desconhecido de algo conhecido”. Nesse período se desenvolve o materialismo experimental em que tudo teria que ser testado e demonstrado por meios eficazes. Por esse viés, os processos corporais podem ser reduzidos e explicados à maneira dos processos que ocorrem nas máquinas, sendo, portanto, sinônimo de extensão mecanicista submetida ao pensamento puro. (CARDIM, 2009. Apud FERREIRA, SILVA, 2012).

Descartes deixa claro a heterogeneidade entre as substâncias res extensa (corpo físico) e res cogitans (alma). No entanto, a forma como essa união se estabelecia não estava clara. Mas, uma coisa era sabida, essa conexão se estabelecia por um equivalente de importância e até de permanência. A psyké se sobrepunha ao corpo físico e, portanto, aos sentidos que, por sua vez, não necessitavam das experiências para se constituir como tal, podendo até existir sem o corpo físico. 

O corpo físico, por sua vez, era um atributo secundário da permanência do Homem, concebido por uma substancialização transitória e impermanente em relação à alma, que era seu oposto.  (CARDIM, 2009. Apud FERREIRA, SILVA, 2012). HADDAD, (2020) esclarece que o corpo físico na anatomia humana é formado pelo esqueleto axial e apendicular, por milhares de células, tecidos, órgãos e sistemas.

KANT, (1724-1804) que viveu 80 anos, trouxe um novo olhar sobre a substancialização da alma e do corpo físico, tirando eles deste lugar e colocando-os na categoria de fenômenos.

Para Kant, o corpo físico deixa de ser apenas arcabouço e toma lugar nas manifestações do mundo, se constitui como acontecimento e como tal sua visão hermética torna-se porosa, é um corpo de relatos (experiência). O racionalismo sede lugar a visão empirista, concepção essa que fundamenta nosso conhecimento ou o material com o qual ele é construído, na experiência através dos cinco sentidos (HONDERICH, 1995: p. 225 apud FERREIRA, SILVA, 2012).

Ao remate, a imortalidade se concretiza nos exemplos deixados na memória e nos atos de nossos ancestres, independentemente das substâncias res extensa (corpo físico) e res cogitans (alma), da sucessão dos anos, dos dias e das horas, no nosso passado, na nossa história, no nosso hoje e em nossa crença religiosa, o que simboliza a cultura dos nossos imortais.  

No momento da morte nós nos libertamos para nos tornarmos eternamente livres!

Permaneceremos imortais após a morte física através da libertação merecida pela nobre contribuição que deixamos para as futuras gerações.

 


Durante a nossa vida conhecemos pessoas que vêm e que ficam. Outras que vêm e passam. Existem aquelas que, vêm, ficam e depois de algum tempo se vão. Mas existem aquelas que vêm e se vão com uma enorme vontade de ficar...

                                                                CHARLES CHAPLIN


Somos a ciência evoluída dos nossos imortais, grupo que sobreviveu maravilhosamente não porque se esforçou por alcançar êxitos, mas por causa de suas sabedorias e imensas reservas de fortaleza e resistência. Esse grupo fez o que somos e nos situou até a distância em que estamos.

O nosso tempo é computado pelo relógio da eternidade que mede o ritmo do desenvolvimento humano. Tudo que fazemos, pensamos e criamos baseia-se no vasto alicerce dos nossos ancestres. Gerações após gerações de nossos imortais marcharam ao longo da infinita estrada da experiência humana através da imagem móvel da eternidade. Talvez, pretendessem parar para recomeçar, observar e melhor compreender a experienciação, contudo, a estrada exigia mais experiência para essa simples marcha. Toda história passada foi uma vez presente e toda história presente está construída no passado. (LISSNER, 1968).

 Um poema de quatro mil anos, faz alusão ao caráter efêmero e à fragilidade da existência.

 


“Ninguém voltou para dizer qual era a sua sorte...Goza da vida. Não deixes a tristeza estragar-te a vida. Vê! Ninguém leva o que possui e nenhum dos que já foram jamais voltou”.


 NIETZSCHE, (1844-1900) filósofo alemão que viveu 55 anos, considerou que cada vez mais numerosos são os que pensam, talvez com razão, que o corpo físico é apenas uma “casa” que recebe um “hóspede” e que a vida está fundamentada na hipótese de uma crença em algo durável e findável e que o homem projeta, de alguma forma, fora de si, seu instinto de verdade, seu “alvo” para construir o mundo “que é”, o mundo metafísico, a “coisa em si”, o mundo de antemão existente.

          Para Nietzsche, os físicos creem num “mundo-verdade” constituído a seu modo: um sistema fixo de átomos, igual para todos os seres, agitado em movimentos necessários- de forma que o “mundo-aparência para eles, se reduz à parcela do ser universal e universalmente necessário, que é acessível para cada ente a seu modo.

   A recompensa final dos mortos é não morrer nunca mais!

                                                                                                                                 NIETZSCHE


     Este livro é uma homenagem à substancialização transitória e impermanente, a substância presentificada durável e findável no mundo material, ou a vida e existência de todos imortais ascendentes, descendentes e afins, incorporando alto nível de informações, ilustrações e referências notavelmente selecionadas, que, por si sós, são revelações do futuro construído no passado por nossos imortais. 

Agradecemos a todos nossos imortais que nos precederam desde os contemporâneos aos mais longínquos.

         Agradecemos também a todos os demais colaboradores que não tiveram seus nomes mencionados e cujas contribuições estão aqui presentes.

         

MUITOS MÉRITOS PARA TODOS!


      Amin Haddad                                        Giselle Haddad



REFERÊNCIAS

 

BIBLIA Online Versão Almeida Revista e Atualizada.

CARDIM, L.N. Corpo. São Paulo: Globo, 2009 (Col. Filosofia frente e verso). (Apud FERREIRA, SILVA, 2012).

CHARLES CHAPLIN. Coleção Homens que mudaram a história 2. CT ed. São Paulo-SP.

DUNCAN, David Ewing. Calendário: Tradução João Domenech. Rio de Janeiro-RJ. Ediouro,1999.

FERREIRA, Alexandre; SILVA, Eusébio Lobo da. Sobre o Corpo: Uma Trajetória da Physis ao Corpo Poético. Disponível em: Vista do 08. Sobre o Corpo: Uma trajetória da Physis ao corpo ...http://www.seer.unirio.br › index.php › article › view 2012.

GUARDINI Romano. A aceitação de si mesmo. As idades da Vida, Editora Palas Athena. São Paulo-SP,2003. págs. 84 e 85.

HADDAD, Raimundo Amin Lima. Busca na Bíblia. Belo Horizonte MG. Ed. Print. Digital.2020.

HADDAD, Amin Jonas & Luiz. Família Menezes de Lima no Amazonas. Belo Horizonte MG Ed. Print. Digital. 2018.

HADDAD, Amin & Giselle. Haddad e Karam no Amazonas e no Mundo. Belo Horizonte MG. Ed. Print. Digital. 2019.

HONDERICH, T.  Ed. The Oxford Companion to Philosofy. Oxford: Oxford University Press, 1995. (Apud FERREIRA, SILVA, 2012).

LISSNER, Ivar. Assim Viviam Nossos Antepassados. Tradução por Oscar Mendes. Belo Horizonte MG. Ed. Itatiaia Limitada. 5ª edição. 1968.

MURTA, C. O amor entre a filosofia e a psicanálise. Revista do Departamento de Psicologia da Universidade Federal Fluminense, V. 18, N. 1, 2006, p. 57-70. (Apud FERREIRA, SILVA, 2012).

NIETZSCHE, F. A Gaia Ciência Tradução, de Paulo César de Souza.                São Paulo. Companhia de Bolso.

NIETZSCHE, F. Vontade de Potência, p.245 e 262 Tradução, Prefácio e Notas de Mário D. Ferreira Santos.                São Paulo; Ed. Escala. Coleção Mestres Pensadores.

YALON, Irvin D. Quando Nietzsche Chorou. Tradução de Ivo Korytowski. p.100 e 101. Rio de Janeiro-RJ. Ediouro.2005 

 

 

 

 


quinta-feira, 8 de julho de 2021

  

QUEM SOMOS NÓS?











       


Só sei que nada sei, e o fato de saber isso, me coloca em vantagem sobre aqueles que acham que sabem alguma coisa.

                                                                               SÓCRATES

Quem somos nós? Uma pequena semente de luz do espírito imortal? Somos seres superiores? Evoluímos com os erros e os acertos de nosso próprio passado? Herdamos os erros e os acertos de nossos ancestres? Herdamos a ciência evoluída dos nossos ancestres? Segundo LINDEMANN, (2016) devemos descobrir por nós mesmos! Descobrir a si mesmo não significa apenas ter lembranças do que alguém disse. 

Destarte, e sob o enfoque gentílico, podemos afirmar que, primordialmente, somos a miscibilidade de uma série de gerações anteriores e em caso específico, oriundos de Pernambucano, Português, Potiguar, Paraibano, Cearense, Amazonense e Libanês.

DoVALLE, (2002) considerou que a vida se faz necessária para que sintamos o pulsar das necessidades. Necessidades que, por sua vez, nos impulsionam ao desenvolvimento na medida em que nos empenhamos por satisfazê-las. Para EPICURO de SAMOS, (341-270 a.C.) toda a amizade é desejável por si própria, mas inicia-se pela necessidade do que é útil. Segundo KARL MARX, (1818-1883) de cada um, de acordo com suas habilidades, a cada um, de acordo com suas necessidades.  SÃO FRANCISCO DE ASSIS, (1182-1226) 44 anos, recomendava: comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente você estará fazendo o impossível.

PLATÃO, (427-347 a.C.) 80 anos, esclareceu em uma alegoria que o corpo humano é a carruagem; eu (alma), o homem que a conduz; os pensamentos as rédeas e os sentimentos são os cavalos.

Fonte: Desmobilia

Em Édipo Rei, peça do teatro grego escrita por Sófocles por volta de 427 a.C., é apresentado o "enigma da esfinge" decifra-me ou devoro-te:

Que criatura pela manhã tem quatro pés,   ao meio-dia tem dois, e à tarde tem três?

Fonte: Elo7

Édipo enfrentou e interpretou o enigma sob o enfoque da substância presentificada res extensa (corpo físico): A criatura é o homem (Ser Humano). Engatinha como bebê (pela manhã) anda sobre dois pés na idade adulta (meio-dia), e usa um arrimo ou bengala quando é ancião (a tarde).                     

Fonte: Elo7



ABRAHAM H. MASLOW, (1908-1970) psicólogo americano que viveu 62 anos, concluiu que as necessidades humanas estão organizadas e acumuladas em níveis, numa hierarquia de importância e de influência sobre o seu desenvolvimento.  Para facilitar a visualização dessa hierarquia, transportou-a para uma pirâmide na qual as necessidades fisiológicas, acrescidas daquelas que se manifestam fortemente a partir da segunda década da existência são representadas na base, no centro as intermediárias e no topo, as necessidades mais elevadas das últimas décadas. (DoVALLE, 2002).         

Fonte: TEVA Farmácia

 





Fonte: The Daily Habit


A nossa primeira década de vida é uma maravilhosa fantasia em que predominam apenas as referências parentais, principalmente “Papai” e “Mamãe”.

A partir da nossa adolescência, na segunda década, a vida passa a ser bonita e começamos o desenvolvimento pessoal. Segundo YALOM, (2005) aos quarenta anos, vemos a vida de uma forma inimaginável aos 25 anos. HADDAD, (2020) esclarece que a partir da sexta década também será evidente o declínio dos cinco sentidos.

 

LINDFIELD, (1992) revelou que a adolescência é um período em que sentimos que nenhuma pessoa mais velha-pais, professores ou autoridades- sabe como estamos nos sentindo. É uma época de tatear no escuro e de ser egoísta.

O referido autor esclarece que essa fase de crescimento pode parecer caótica e anárquica, mas é absolutamente perfeita, pois, através dela, começamos a aprender sobre nós mesmos e com o que realmente queremos nos identificar. Temos livre-arbítrio e habilidade de escolher.

Para LINDFIELD, (1992) a adolescência é o período em que geramos o nosso esclarecimento através do básico “fogo por fricção”, pois atritamos contra tudo que esteja a vista e o calor da alegria e do sofrimento é a nossa maneira de crescer e compreender o nosso poder pessoal. Dessa forma, cresce um sentimento de que não sou mais o que tenho, mas aquilo que percebo eu mesmo ser. Tornamo-nos EU SOU AQUILO, a consciência que se identifica com tudo que vê, enquanto que, a partir da na nossa quarta década de vida, compreendemos que EU SOU O QUE SOU. (LINDFIELD,1992).

Concludentemente, estão presentes na adolescência a sabedoria de SÓCRATES (filósofo grego), a experiência e a habilidade dos SOFISTAS (filósofos gregos), o livre-arbítrio de EPICURO DE SAMOS (filósofo grego) e o comportamento de manada esclarecido por NIETZSCHE (filósofo alemão)!

A partir da quarta década estarão evidentes as mudanças ou modificações sucessivas que revelam o que de início era apenas o potencial invisível.


Segundo HADDAD, (2020) a partir da na nossa quarta década, compreenderemos também que a vida minimiza energias, acrescenta feitios para o aproveitamento do que é relevante e revela o EU SOU O QUE SOU na existência.


REFERÊNCIAS

DoVALLE, L.A. A razão da existência Humana: uma descoberta que pode mudar sua vida. São Paulo-Cultura Editores Associados. 2002, p.45 e 49.

HADDAD, Raimundo Amin Lima. Psicoterapia/Fisiognomonia/Grafologia/Leitura Corporal- Artigos Científicos. Belo Horizonte MG. Ed. Print. Digital. 2020.

HADDAD, Amin Jonas & Luiz. Família Menezes de Lima no Amazonas. Belo Horizonte MG Ed. Print. Digital. 2018.

HADDAD, Amin & Giselle. Haddad e Karam no Amazonas e no Mundo. Belo Horizonte MG. Ed. Print. Digital. 2019.

LINDEMANN, Ricardo. A Ciência da Astrologia e as Escolas de Mistérios. Brasília-DF. Ed. Teosófica 1ª Edição-2006.

LINDFIELD, Michael. A dança da mutação: uma abordagem eco espiritual para transformação. Tradução Wania Santiago Lourenço, Ciro B. Lourenço. São Paulo. Ed. Aquariana. 1992, p. 99 e 100.

PLATÃO. Pensamento, vida e obra. Coleção Filósofos que fizeram história 4. CT ed. São Paulo-SP.

SOCRATES. Pensamento, vida e obra. Coleção Filósofos que fizeram história 9. CT ed. São Paulo-SP.

YALON, Irvin D. Quando Nietzsche Chorou. Tradução de Ivo Korytowski. p.205. Rio de Janeiro-RJ. Ediouro.2005 



segunda-feira, 5 de julho de 2021

 

A TEORIA DA ILUSÃO


 




       Muitas vezes, contemplando as estrelas, achei que em cada um de nós havia uma pequena semente de luz, escondida no mais fundo do nosso ser. Essa luz imortal sempre brilha e sempre brilhará mesmo quando nosso corpo físico tiver desaparecido.

Assim cantaram através de mim as energias da eternidade.

                                                                    PATRICK DRUOUT

É cediço que a concepção do Ser Humano está conectada à transmissão desse conhecimento nos templos do antigo Egito a aproximadamente 4.236 anos a.C., em que se acreditava que o espírito necessitava de um corpo físico para continuar a vida eterna após a morte.

Fonte:Wikipédia

4.236 a.C. Egípcios-Corpo e Espírito

Sendo este trabalho uma homenagem à existência do Ser Humano, devemos dizer que o assunto não é fácil de contentar, pois cada um tem sua ciência para a satisfação, contudo, a máxima “conhece-te a ti mesmo” (γνῶθι σεαυτόν) inscrita no pátio do Templo de Apolo em Delfos (650-550 a.C.), nos mostra que o autoconhecimento é algo possível. Assim, e numa apertada síntese, tentaremos expor uma parte diminuta do enfoque de como o Ser Humano se apresenta em sua substância presentificada. 






Segundo a filosofia antroposófica, a forma conhecida do Ser Humano é revelada em um conjunto de quatros elementos mortais e, portanto, ilusórios: o corpo etérico; o corpo mental; o corpo emocional e o corpo físico. O conjunto desses corpos é vitalizado pelo prana, que provém dos planos etéreos cósmicos.

          RUDOLF STEINER, (1861-1925) 64 anos, filósofo, antroposófico, teosófico e educador austríaco, afirmou que na “Era Lemúrica” não existia ainda na Terra, como ser superior, um homem físico no sentido da atualidade. Havia apenas uma espécie de envoltório animal do homem atual, um ser ou um conjunto de seres que consistiam então no que se conhece por Quaternário inferior. Aos poucos, os nossos ancestres concluíram que cada atividade estava sob a jurisdição de uma entidade espiritual especializada naquela área e que era necessário manter um constante contato com esses espíritos / deuses, através de rituais e cerimônias mágicas apropriadas. Acreditavam, também, que os espíritos viviam nas pedras, rochas, árvores, montanhas, vales, rios, fontes, poços, etc. Os poços eram especialmente venerados não só pela água que produziam, mas pelo espírito que neles habitava. 


Steiner usou um esquema para a representação dos “Corpos do Ser Humano” que ficou conhecido como o TRIÂNGULO e o QUADRADO. Seu objetivo básico foi ilustrar o pensamento no qual uma realidade inferior (o QUADRADO) é revestida de uma superior (o TRIÂNGULO). 

O esquema de Steiner procura também demonstrar a involução do homem, a partir de sua origem, sua evolução na terra e a sua volta à origem, ou seja ao corpo Astral localizado na Tríade superior Atman, Budhi e Manas. O Atman ou Atma representa o espírito imortal e localiza-se na ponta superior do triângulo. Buddhi ou Budhi é um princípio mais denso emanado de Atman e Manas ou corpo causal que representa a mente superior.


Arte: Gisele Parreira















O CORPO ETÉRICO

Steiner, em palestras na Sociedade Teosófica, várias vezes comparou o desenvolvimento do “Corpo Etérico” com o ponteiro das horas de um relógio mostrando a diferença que poderá ser notada entre a recordação do que se soube e experimentou aos oito anos de vida e o que se sabe e experimente agora.

  O CORPO MENTAL

É o portador de tudo o que vive no homem como: instintos, paixões, desejos, tudo o que vibra na alma humana, como alegria, sofrimento, prazer e dor.

O CORPO EMOCIONAL

Por ser o portador do Templo das Emoções, o Ser Humano também pode “pecar”. Isso também é aludido com a mordida na maçã, no mito do Paraíso de Adão e Eva.

O CORPO FÍSICO

É composto das mesmas forças e da mesma matéria que o mundo aparentemente inerte ao seu redor. Jamais poderia existir se não fosse continuadamente compenetrado e reconstituído pela matéria e pela força do mundo físico.

CIRCULO, (2017) esclarece que o corpo causal, ou mental superior (Manas) é construído através das existências multimilenárias, com um material especial: a essência de tudo o que de mais puro e belo que o homem envia para sua consciência. Cada vez que vibramos um pensamento ou sentimento elevado, uma cor definida se acrescenta à substância desse veículo a seu aspecto.

O corpo causal é a nossa conexão com o nosso espírito imortal (Atman) e, por isso, é responsável por canalizar o que chamamos de intuição pura: o conhecimento real e instantâneo, global, sem passar pelos laboriosos processos do intelecto. Nada que seja desequilibrado, sem harmonia, nenhum trauma, lesão, enfermidade ou patologia pode alojar-se nesse corpo da mente superior.

Segundo DELLAGNEZZE, (2019) há duas teses sob constantes e aprofundados debates que tentam definir a origem do Ser Humano e do Universo. A Tese da Criação, ou Criacionismo, consolidada no Antigo Testamento (1500 a.C.), no Livro de Gênesis, e a Tese da Evolução das Espécies, ou do Evolucionismo, defendida pelo pesquisador inglês, Charles Darwin (1809-1882) 73 anos, nos seus livros “A Origem das Espécies” de 1859 e a “Descendência do Homem e Seleção em relação ao sexo” de 1871.

                   HADDAD, (2020) esclarece que, independentemente da tese que se adote, para que vislumbre a origem de tudo, o Ser Humano adquire consciência da realidade: reconhece que é efêmero e destrutível e, a partir disso, busca o caminho que o conduzirá ao autoconhecimento do que é impermanente, imortal e eterno na natureza humana.

         A morte não é um acontecimento limitado a um momento dado, mas um processo que se prolonga muitas vezes por muito tempo.

         Assim sendo, ao pensar em nós mesmos, tendemos a representar-nos em nossa imaginação com o aspecto particular e pessoal que possuímos naquele momento, com nossas qualidades mentais e emotivas, isto é, com tudo o que pertence à nossa personalidade.

              Destarte, se quisermos nos aproximar de nossa consciência mais íntima e chegar a uma compreensão mais clara do que se expressa no Ser Humano, devemos começar servindo-nos da modificação para abstrair a consciência dos “Corpos” com os quais ele está identificado na vida diária terrena.


REFERÊNCIAS

CÍRCULO-Corpo causal – a individualidade do ser. 2017. Disponível em: https://circuloescola.com › corpo-causal-a-individualida...Acesso em 15/05/2021.

       DELLAGNEZZE, René. A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e Meios Interpretativos. Revista Âmbito jurídico. Junho 2019. Disponível em https://ambitojuridico.com.br ›

DROUOT. Patrick. Nós somos todos imortais.5ª ed. Rio de Janeiro. Record, 1997.p 226,232.

HADDAD, Raimundo Amin Lima. A Imagem Holística na Psicoterapia. Ed. Print Digital Belo Horizonte MG .2016.

HADDAD, Raimundo Amin Lima. Psicoterapia/Fisiognomonia/Grafologia/Leitura Corporal. Artigos Científicos. Ed. Print Digital. Belo Horizonte MG.2020.

STEINER, Rudolf. As Origens do PAI-NOSSO. 4ª edição. Ed. Antroposófica. São Paulo. 2002. p 16.


sábado, 3 de julho de 2021

QUANDO O AMANHÃ COMEÇAR SEM MIM


 




Eu gostaria que vocês não chorassem, sei quanto vocês me amam e quanto amo vocês. Cada vez que vocês pensarem em mim, sei que sentem a minha falta.

Mas, porque o amanhã começou sem mim, eu tive de deixar para trás todos os que eu tanto amava. Quando me virei para ir embora, uma lágrima escorreu-me pela face.

Eu tinha tanto para viver, tanta coisa por fazer, e pareceu quase impossível que eu estivesse indo.

Pensei em nossos dias passados, nos nossos bons e nos dias ruins. Em todo o amor que vivemos, em toda a alegria que tivemos.

Se eu pudesse reviver o ontem, ainda que só por um instante,  eu lhes daria beijos e abraços, e talvez visse vocês sorrindo!

Só então descobri que isso não aconteceria, pois o vazio e as lembranças ocupariam meu lugar.

Quando pensei nas coisas deste mundo, vi que não posso voltar amanhã. Então pensei em vocês. 


Durante o meu retorno às origens ouvi: Isso é a eternidade!

 

Agora sua vida na Terra é passada. Aqui uma vida nova começa.

 

Não haverá amanhã, o hoje durará para sempre, e como todos os dias serão iguais, não haverá saudades do passado.

 

Logo, quando o amanhã começar sem mim, não pense que estamos separados, pois todas as vezes que pensar em mim,

 

         Eu estarei dentro do seu coração!      


 

REFERÊNCIA

  

ROMANO M. David; ALEXANDER, Eben III. Uma Prova do Céu.  Editora Sextante. Rio de Janeiro-RJ. 1993, págs.160 a 162. Adaptação feita pelos autores do Poema “Quando o Amanhã chegar sem mim.” (1993).