A TEORIA DA ILUSÃO
Muitas vezes,
contemplando as estrelas, achei que em cada um de nós havia uma pequena semente
de luz, escondida no mais fundo do nosso ser. Essa luz imortal sempre brilha e
sempre brilhará mesmo quando nosso corpo físico tiver desaparecido.
Assim cantaram através de
mim as energias da eternidade.
PATRICK DRUOUT
É cediço que a concepção do Ser Humano
está conectada à transmissão desse conhecimento nos templos do antigo Egito a
aproximadamente 4.236 anos a.C., em que se acreditava que o espírito
necessitava de um corpo físico para continuar a vida eterna após a morte.
Fonte:Wikipédia |
Sendo este trabalho uma
homenagem à existência do Ser Humano, devemos dizer que o assunto não é fácil
de contentar, pois cada um tem sua ciência para a satisfação, contudo, a máxima
“conhece-te a ti mesmo” (γνῶθι σεαυτόν) inscrita no pátio do Templo de Apolo em
Delfos (650-
Segundo a filosofia antroposófica, a forma conhecida do Ser Humano é revelada em um conjunto de quatros elementos mortais e, portanto, ilusórios: o corpo etérico; o corpo mental; o corpo emocional e o corpo físico. O conjunto desses corpos é vitalizado pelo prana, que provém dos planos etéreos cósmicos.
RUDOLF STEINER, (1861-1925) 64 anos, filósofo, antroposófico, teosófico e educador austríaco, afirmou que na “Era Lemúrica” não existia ainda na Terra, como ser superior, um homem físico no sentido da atualidade. Havia apenas uma espécie de envoltório animal do homem atual, um ser ou um conjunto de seres que consistiam então no que se conhece por Quaternário inferior. Aos poucos, os nossos ancestres concluíram que cada atividade estava sob a jurisdição de uma entidade espiritual especializada naquela área e que era necessário manter um constante contato com esses espíritos / deuses, através de rituais e cerimônias mágicas apropriadas. Acreditavam, também, que os espíritos viviam nas pedras, rochas, árvores, montanhas, vales, rios, fontes, poços, etc. Os poços eram especialmente venerados não só pela água que produziam, mas pelo espírito que neles habitava.
Steiner usou um esquema para a representação dos “Corpos do Ser Humano” que ficou conhecido como o TRIÂNGULO e o QUADRADO. Seu objetivo básico foi ilustrar o pensamento no qual uma realidade inferior (o QUADRADO) é revestida de uma superior (o TRIÂNGULO).
O
esquema de Steiner procura também demonstrar a involução do homem, a partir de
sua origem, sua evolução na terra e a sua volta à origem, ou seja ao corpo
Astral localizado na Tríade superior Atman, Budhi e Manas. O Atman ou Atma
representa o espírito imortal e localiza-se na ponta superior do triângulo.
Buddhi ou Budhi é um princípio mais denso emanado de Atman e Manas ou corpo
causal que representa a mente superior.
Arte: Gisele Parreira |
O CORPO ETÉRICO
Steiner, em palestras na Sociedade
Teosófica, várias vezes comparou o desenvolvimento do “Corpo Etérico” com o
ponteiro das horas de um relógio mostrando a diferença que poderá ser notada
entre a recordação do que se soube e experimentou aos oito anos de vida e o que
se sabe e experimente agora.
O CORPO MENTAL
É o portador de tudo o que vive no
homem como: instintos, paixões, desejos, tudo o que vibra na alma humana, como
alegria, sofrimento, prazer e dor.
O CORPO EMOCIONAL
Por ser o portador do Templo das Emoções,
o Ser Humano também pode “pecar”. Isso também é aludido com a mordida na maçã,
no mito do Paraíso de Adão e Eva.
O CORPO FÍSICO
É composto das mesmas forças e da
mesma matéria que o mundo aparentemente inerte ao seu redor. Jamais poderia
existir se não fosse continuadamente compenetrado e reconstituído pela matéria
e pela força do mundo físico.
CIRCULO, (2017) esclarece que o corpo
causal, ou mental superior (Manas) é construído através das existências
multimilenárias, com um material especial: a essência de tudo o que de mais
puro e belo que o homem envia para sua consciência. Cada vez que vibramos um
pensamento ou sentimento elevado, uma cor definida se acrescenta à substância
desse veículo a seu aspecto.
O
corpo causal é a nossa conexão com o nosso espírito imortal (Atman) e, por
isso, é responsável por canalizar o que chamamos de intuição pura: o
conhecimento real e instantâneo, global, sem passar pelos laboriosos processos
do intelecto. Nada que seja desequilibrado, sem harmonia, nenhum trauma, lesão,
enfermidade ou patologia pode alojar-se nesse corpo da mente superior.
Segundo DELLAGNEZZE, (2019) há duas teses sob
constantes e aprofundados debates que tentam definir a origem do Ser Humano e
do Universo. A Tese da Criação, ou Criacionismo, consolidada no Antigo
Testamento (1500 a.C.), no Livro de Gênesis, e a Tese da Evolução das Espécies,
ou do Evolucionismo, defendida pelo pesquisador inglês, Charles Darwin
(1809-1882) 73 anos, nos seus livros “A Origem das Espécies” de 1859 e a
“Descendência do Homem e Seleção em relação ao sexo” de 1871.
HADDAD, (2020) esclarece que, independentemente da tese que se adote, para que vislumbre a origem de tudo, o Ser Humano adquire consciência da realidade: reconhece que é efêmero e destrutível e, a partir disso, busca o caminho que o conduzirá ao autoconhecimento do que é impermanente, imortal e eterno na natureza humana.
A morte não é um acontecimento limitado a um momento dado, mas um
processo que se prolonga muitas vezes por muito tempo.
Assim sendo, ao pensar em nós mesmos,
tendemos a representar-nos em nossa imaginação com o aspecto particular e
pessoal que possuímos naquele momento, com nossas qualidades mentais e
emotivas, isto é, com tudo o que pertence à nossa personalidade.
Destarte, se quisermos nos aproximar de nossa consciência mais íntima e chegar a uma compreensão mais clara do que se expressa no Ser Humano, devemos começar servindo-nos da modificação para abstrair a consciência dos “Corpos” com os quais ele está identificado na vida diária terrena.
REFERÊNCIAS
CÍRCULO-Corpo causal – a individualidade do ser. 2017. Disponível em: https://circuloescola.com › corpo-causal-a-individualida...Acesso em 15/05/2021.
DELLAGNEZZE, René. A Hermenêutica Jurídica. Parte 1. Sistemas e
Meios Interpretativos. Revista Âmbito jurídico. Junho 2019. Disponível
em https://ambitojuridico.com.br ›
DROUOT.
Patrick. Nós somos todos imortais.5ª ed. Rio de Janeiro. Record, 1997.p
226,232.
HADDAD,
Raimundo Amin Lima. A Imagem Holística na Psicoterapia. Ed. Print Digital Belo
Horizonte MG .2016.
HADDAD,
Raimundo Amin Lima. Psicoterapia/Fisiognomonia/Grafologia/Leitura Corporal.
Artigos Científicos. Ed. Print Digital. Belo Horizonte MG.2020.
STEINER,
Rudolf. As Origens do PAI-NOSSO. 4ª edição. Ed. Antroposófica. São Paulo. 2002.
p 16.
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